A vida de Cátia mudou muito. Mas não foi por causa do reality show. Na realidade, foi Márcio, o marido, que lhe alterou o destino, regatando-a da vida de pobreza em que se encontrava, em casa dos pais. O Prémio do Desafio Final veio mesmo a calhar, Cátia foi a primeira concorrente feminina a ganhar uma edição da Casa dos Segredos.
A habitação, pobre, foi sujeita a pequenas obras, com o dinheiro que
Cátia ganhou, na Casa dos Segredos 2. Nada sobrou e o cenário de
pobreza, envergonhada, mantém-se. “A Cátia aceitou ir para este
Desafio Final porque tem o sonho de ser actriz. Mas claro que também foi
por causa do dinheiro, que faz falta”, admite à TV Guia
Márcio Matos, marido de Cátia, com quem tem uma filha, Laurinha, de mês e
meio. O jovem, empregado num bar em Albufeira, estava em casa dos
sogros, onde a bebé tem ficado, aos cuidados da avó, Manuela.
“A minha mãe trabalha, por isso esta avó acaba por ter mais tempo para tomar conta da Laurinha”. Ouve-se o choro da bebé. O pai mostra-se feliz e explica: “A
nós e à bebé nada falta. Eu tenho o meu trabalho e a minha casa, em
Albufeira, onde vivemos. Os meus sogros, sim, têm dificuldades. O grande
apoio é o meu cunhado, André, que trabalha como mecânico”, admite.
Aliás a chegada de Laurinha foi um dos momentos mais felizes da vida do jovem casal. “A
Laurinha é tudo para mim e para a Cátia. Está linda e grandinha, já
mede 52 cm e pesa mais de 4 quilos. Por ela fazemos tudo”.
Os pais de Cátia já viveram bem. A mãe tinha uma loja de artesanato, O
pai emprego certo. Mas o chão fugiu-lhes, debaixo dos és, há cerca de
quatro anos. João foi despedido. Manuela deixou de conseguir suportar a
renda do estabelecimento, devido ao fraco negócio. E agora, nenhum
trabalha. João Palhinha não recebe qualquer subsídio. A mulher, Manuela,
vai fazendo trabalhos eventuais, como promotora, em supermercados. O
que é cada vez mais raro. Desde que conheço a minha sogra que não me lembro a última vez que teve um trabalho. Isto aqui no Algarve anda muito mau”, confidencia Márcio.
Com a família vive ainda a avó de Cátia, Teresa, de 92 anos. “Graças a deus está viva e bem”. Contudo,
a senhora está acamada. É com o rendimento do filho, André, com a
reforma da idosa e com um complemento de reforma para terceira pessoa,
por cuidarem da idosa, que os pais de Cátia sobrevivem. Além disso a
família está sinalizada pela Segurança Social. São regularmente
visitados por assistentes sociais e recebem os chamados subsídios
eventuais a famílias em carência. A comida vai chegando à mesa. Mas o Banco Alimentar contra a Fome já é uma hipótese. “Para dizer a verdade, por acaso estava agora a pensar nisso”, desabada Márcio. Os pais de Cátia são um pouco relutantes em pedir ajuda.
“Eles
são um bocado orgulhosos. Não pedem e vão comprando do mais baratinho. E
assim vão andando. Basta haver um prato de sopa na mesa”. Márcio elogia ainda os esforços que os sogros fazem, para conseguir trabalhar:
“A minha sogra é uma lutadora. E o meu sogro também tenta tudo. Mas
infelizmente a situação está assim. Ele bem tem procurado mas não há”, confidencia.